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Thứ Ba, 24 tháng 5, 2016
exercicios portugues redacao niveis de linguagem
Um boi preto, um boi pintado,
cada um tem sua cor.
Cada coraỗóo um jeito
de mostrar o seu amor.
Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando
Danỗa doido, dỏ de duro, dỏ de dentro, dỏ direito Vai,
vem, volta, vem na vara, vai nóo volta, vai varando
Todo passarinh do mato
tem seu pio diferente.
Cantiga de amor doớdo
nóo carece ter rompante.
Pouco a pouco, porộm, os rostos se desempanam e os
homens tomam gesto de repouso nas selas, satisfeitos.
Que de trinta, trezentos ou trờs mil, sú estỏ quase pronta a
boiada quando as alimỏrias se aglutinam em bicho inteiro centopeia -, mesmo prestes assim para surpresas mỏs.
(Joóo Guimaróes Rosa, O burrinho pedrờs. In: Sagarana)
No artigo Conversa de Bastidores, publicado em 1946,
Graciliano Ramos revela haver votado em Maria Perigosa,
de Luớs Jardim, e nóo em Contos, de Viator (pseudụnimo
de Guimaróes Rosa), no desempate final de um concurso
promovido em 1938 pela Editora Josộ Olympio. Sem
desanimar com a derrota, Guimaróes Rosa veio a publicar
seu livro, com modificaỗừes, em 1946, sob o tớtulo de
Sagarana, que o revelou como um dos maiores escritores
da modernidade no Brasil. Releia as duas passagens e, a
seguir,
a) interprete o que quer dizer Graciliano, no contexto, com
a expressóo achando-me diante de uma inteligờncia livre
de mesquinhez;
b) localize, numa das cinco falas de personagens do
fragmento de Guimaróes Rosa, um exemplo que confirme
a observaỗóo de Graciliano, de que o autor de Sagarana, ao
representar tais falas, desdenha o recurso ingờnuo de
cortar ss, ll e rr finais.
39) (Enem Cancelado-2009) Iscute o que tụ dizendo,
Seu dotụ, seu corenộ:
De fome tóo padecendo
Meus fio e minha muiộ.
Sem briga, questóo nem guerra,
Meỗa desta grande terra
Umas tarefas pra eu!
Tenha pena do agregado
Nóo me dexờ deserdado
PATATIVA DO ASSARE. A terra ộ naturỏ. In: Cordộis e
outros poemas.
Fortaleza: Universidade Federal do Cearỏ, 2008
(fragmento).
A partir da anỏlise da linguagem utilizada no poema,
infere-se que o eu lớrico revela-se como falante de uma
variedade linguớstica especớfica. Esse falante, em seu grupo
social, e identificado como um falante
a) escolarizado proveniente de uma metrúpole.
b) sertanejo morador de uma ỏrea rural.
c) idoso que habita uma comunidade urbana.
d) escolarizado que habita uma comunidade do interior do
paớs.
e) estrangeiro que imigrou para uma comunidade do sul
do paớs.
40) (GV-2003) Leia atentamente o texto e responda
questóo que a ele se refere.
Briga de irmóos Nús ộramos cinco e brigỏvamos muito,
recordou Augusto, olhos perdidos num ponto X, quase
sorrindo. Isto nóo quer dizer que nos detestỏssemos. Pelo
contrỏrio. A gente gostava bastante uns dos outros e nóo
podia viver na separaỗóo. Se um de nús ia para o colộgio
(era longe o colộgio, a viagem se fazia a cavalo, dez lộguas
na estrada lamacenta, que o governo nóo conservava), os
outros ficavam tristes uma semana. Depois esqueciam,
mas a saudade do mano muitas vezes estragava o nosso
banho no poỗo, irritava ainda mais o malogro da caỗa de
passarinho: Se Miguel estivesse aqui, garanto que vocờ
nóo deixava o tiziu fugir, gritava ẫdison. Vocờ assustou
ele falando alto Miguel te quebrava a cara. Miguel era o
mais velho, e fora fazer o seu ginỏsio. Nóo se sabe bem por
que a sua presenỗa teria impedido a fuga do pỏssaro, nem
ainda por que o tapa no rosto de Tito, com o tiziu jỏ
longớnquo, teria remediado o acontecimento. Mas o fato ộ
que a figura de Miguel, evocada naquele instante,
embalava nosso desapontamento e de certo modo
participava dele, ajudando-nos a voltar para casa de móos
vazias e a enfrentar o risinho malộvolo dos Guimaróes: O
que ộ que vocờs pegaram hoje? Nada. Miguel era deste
tamanho, impunha-se. Alộm disto, sabia palavras difớceis,
inclusive xingamentos, que nos deixavam de boca aberta,
ao explodirem na discussóo, e que decorỏvamos para
aplicar na primeira oportunidade, em nossas brigas
particulares com os meninos da rua. Realmente, Miguel
fazia muita falta, embora cada um de nús trouxesse na
pele a marca de sua autoridade. E pensỏvamos com õnsia
no seu regresso, um pouco para gozar de sua companhia,
outro pouco para aprender nomes feios, e bastante para
descontar os socos que ele nos dera, o miserỏvel.
Carlos Drummond de Andrade, p. 13-14. Contos de
Aprendiz - A Salvaỗóo da alma. Sóo Paulo: Josộ Olympio,
1973.
Com freqỹờncia, a transgressóo norma culta constitui
uma marca do registro coloquial da lớngua.
Nesses casos, parece existir, de um lado, a norma culta e,
de outro, a norma coloquial - e esta muitas vezes se
impừe socialmente, em detrimento da primeira. Um
exemplo de transgressóo norma culta acontece numa
das alternativas abaixo. Assinale-a.
a) Nús ộramos cinco e
b) que o governo nóo conservava
c) embora cada um de nús trouxesse na pele
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d) Vocờ assustou ele falando alto
e) Se um de nús ia para o colộgio
41) (FGV-1999) Leia atentamente:
"Carlos foi com Joóo casa dele."
Essa frase apresenta ambigỹidade? Se sim, explique o que
causa esta ambigỹidade e explique os dois sentidos
possớveis.
42) (ENEM-2005) Leia com atenỗóo o texto:
[Em Portugal], vocờ poderỏ ter alguns probleminhas se
entrar numa loja de roupas desconhecendo certas
sutilezas da lớngua. Por exemplo, nóo adianta pedir para
ver os ternos - peỗa para ver os fatos. Paletú ộ casaco.
Meias sóo peỳgas. Suộter ộ camisola - mas nóo se assuste,
porque calcinhas femininas sóo cuecas. (Nóo ộ uma
delớcia?)
(Ruy Castro. Viaje Bem. Ano VIII, n- 3, 78.)
O texto destaca a diferenỗa entre o portuguờs do Brasil e o
de Portugal quanto
a) ao vocabulỏrio.
b) derivaỗóo.
c) pronỳncia.
d) ao gờnero.
e) sintaxe.
43) (UFAC-1998) Leia o poema de Oswald de Andrade:
Pronominais
Dờ-me um cigarro
Diz a gramỏtica
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Naỗóo Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dỏ um cigarro
Portuguờs ộ fỏcil de aprender porque ộ uma lớngua que se
escreve exatamente como se fala
Pois ộ. U purtuguờis ộ muinto fỏciu di aprender, purqui ộ
uma lớngua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num
ộ cumu inglờis qui dỏ atộ vontadi di ri quandu a genti
discobri cumu ộ qui si iscrevi algumas palavras. Im
purtuguờis nóo. ẫ sú prestỏtenỗóo. U alemóo pur exemplu.
Quộ coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Atộ nu
espanhol qui ộ parecidu, si iscrevi muinto diferenti. Qui
bom qui a minha lớngua ộ u putuguờis. Quem soubộ falỏ
sabi iscrevờ.
Levando em conta o texto lido, procure explicar de
maneira resumida a diferenỗa entre lớngua escrita e lớngua
falada.
45) (ITA-2003) Leia o texto a seguir.
Boleiros sob medida
Ciờncia e futebol ộ uma tabelinha raramente esboỗada no
Brasil. A academia nóo costuma eleger os gramados como
objeto de estudo e o mundo dos boleiros tampouco tem o
hỏbito de, digamos, dar bola para que os pesquisadores
dizem sobre o esporte mais popular do planeta. Numa
situaỗóo privilegiada nos dois campos, tanto na ciờncia
quanto no futebol, Turớbio Leite de Barros, diretor do
centro de Medicina da Atividade Fớsica e do Esporte da
Universidade Federal de Sóo Paulo (Cemafe/Unifesp) e
fisiologista da equipe do Sóo Paulo Futebol Clube hỏ 15
anos, produziu um estudo que traỗa o perfil do futebol
praticado hoje no Brasil do ponto de vista das exigờncias
fớsicas a que os jogadores de cada posiỗóo do time sóo
submetidos numa partida. (MARCOS PIVETTA. Pesquisa.
FAPESP, maio de 2002, p. 42)
a) O texto contộm termos do universo do futebol, como,
por exemplo, tabelinha, uma jogada rỏpida e entrosada
normalmente entre dois jogadores. Retire do texto outras
duas expressừes que, embora caracterizem esse universo,
tambộm assumem outro sentido. Explique esse sentido.
b) O tớtulo pode ser considerado ambớguo devido
expressóo sob medida. Aponte dois sentidos possớveis
para a expressóo, relacionando-os ao conteỳdo do texto.
46) (ITA-2003) Leia o texto seguinte.
Das alternativas abaixo, uma nóo corresponde ao poema.
Marque-a.
a) Exaltaỗóo do falar coloquial brasileiro.
b) A presenỗa do humor.
c) A liberdade da mộtrica.
d) Discriminaỗóo racial.
e) Nacionalizaỗóo da Lớngua Portuguesa .
44) (SpeedSoft-2002) Leia o seguinte texto de Jụ Soares:
No dia 13 de agosto de 1979, dia cinzento e triste, que me
causou arrepios, fui para o meu laboratúrio, onde, por
sinal, pendurei uma tela de Bruegel, um dos meus
favoritos. Lỏ, trabalhando com tripanossomas, e vencendo
uma terrớvel dor de dentes... Nóo. De saớda tal artigo seria
rejeitado, ainda que os resultados fossem soberbos. O
estilo... O cientista nóo deve falar. ẫ o objeto que deve
falar por meio dele. Daớ o estilo impessoal, vazio de
emoỗừes e valores:
Observa-se
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Constata-se
Obtộm-se
Conclui-se.
Quem? Nóo faz diferenỗa...
(RUBEM ALVES. Filosofia da ciờncia. Sóo Paulo: Brasiliense,
1991, p. 149)
a) Do primeiro parỏgrafo, que simula um artigo cientớfico,
extraia os aspectos da forma e do conteỳdo que vóo contra
a idộia de que o cientista nóo deve falar.
b) O autor exemplifica com uma seqỹờncia de verbos a
idộia de que o estilo deve ser impessoal. Que estratộgia de
construỗóo ộ usada para transmitir o ideal de
impessoalizaỗóo?
47) (Fuvest-2002) MACUMBA DE PAI ZUSẫ
Na macumba do Encantado
Nego vộio pai de santo fez mandinga
No palacete de Botafogo
Sangue de branca virou ỏgua
Foram vờ estava morta!
ẫ correto afirmar que, neste poema de Manuel Bandeira,
a) emprega-se a modalidade do poema-piada, tớpica da
dộcada de 20, com o fim de satirizar os costumes
populares.
b) usam-se os recursos sonoros (ritmo e metro regulares,
redondilha menor) para representar a cultura branca, e os
recursos visuais (imagens, cores), para caracterizar a
religióo afro-brasileira.
c) mesclam-se duas variedades lingỹớsticas: uma que se
aproxima da lớngua escrita culta e outra que mimetiza uma
modalidade da lớngua oral-popular.
d) manifesta-se a contradiỗóo entre dois tipos de prỏticas
religiosas, representadas pelas oposiỗừes negro ì branco,
macumba ì pai de santo, nego vộio ì Encantado.
e) expressa-se a tendờncia modernista de encarar a cultura
popular como manifestaỗóo do atraso nacional, a ser
superado pela modernizaỗóo.
48) (VUNESP-2006) Meninos carvoeiros
Os meninos carvoeiros
Passam a caminho da cidade.
Eh, carvoero!
E vóo tocando os animais com um relho enorme.
Os burros sóo magrinhos e velhos.
Cada um leva seis sacos de carvóo de lenha.
A aniagem ộ toda remendada.
Os carvừes caem.
(Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe,
dobrando-se com um gemido.)
Eh, carvoero!
Sú mesmo estas crianỗas raquớticas
Vóo bem com estes burrinhos descadeirados.
A madrugada ingờnua parece feita para eles...
Pequenina, ingờnua misộria!
Adorỏveis carvoeirinhos que trabalhais como se
brincỏsseis!
Eh, carvoero!
Quando voltam, vờm mordendo num póo encarvoado,
Encarapitados nas alimỏrias,
Apostando corrida,
Danỗando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos
desamparados!
Petrúpolis, 1921
(Manuel Bandeira, O ritmo dissoluto.)
Na terceira estrofe do texto, o enunciador alterna um
acento coloquial, expresso na fala das personagens, com
um registro formal, observỏvel quando o enunciador se
dirige aos meninos carvoeiros. Com base nessa afirmaỗóo,
a) selecione um verso do poema, em que existe essa
aproximaỗóo com o registro coloquial, popular, explicando
como se pode comprovỏ-la;
b) relacione esse traỗo com as caracterớsticas do
movimento literỏrio ao qual se pode ligar o autor do texto.
49) (PUCCamp-1995) MEU CARO DEPUTADO
O senhor nem pode imaginar o quanto eu e a minha
famớlia ficamos agradecidos. A gente imaginava que o
senhor nem ia se lembrar de nús, quando saiu a nomeaỗóo
do Otavinho meu filho. Ele agora estỏ se sentindo outro.
Sú fala no senhor, diz que na prúxima campanha vai
trabalhar ainda mais para o senhor. No primeiro dia de
serviỗo ele queria ir na repartiỗóo com a camiseta da
campanha mas eu nóo deixei, nóo ia ficar bem, apesar que
eu acho que o Otavinho tem muita capacidade e merecia o
emprego. Pode mandar puxar por ele que ele da conta, ộ
trabalhador, responsỏvel, dedicado, a educaỗóo que ele
recebeu de mim e da móe foi sempre no caminho do bem.
Faỗo questóo que na prúxima eleiỗóo o senhor mande mais
material que eu procuro todos os amigos e os conhecidos.
O Brasil precisa de gente como o senhor, homens de
reputaỗóo despojada, com quem a gente pode contar.
Meu vizinho Otacớlio, a mulher, os parentes todos tambộm
votaram no senhor. Ele tem vergonha, mas eu peỗo por
ele, que ele merece: ele tem uma sobrinha, Maria Lỳcia
Capistrano do Amara, que ộ professora em Capóo da Serra
e ộ muito adoentada, mas o serviỗo de saỳde nóo quer dar
aposentadoria. Posso lhe garantir que a moỗa estỏ mesmo
sem condiỗừes, passa a maior parte do tempo com dores
no peito e na coluna que nenhum mộdico sabe o que ộ. Eu
disse que ia falar com o senhor, meu caro deputado, nóo
prometi nada, mas o Otavinho e a mulher tem esperanỗas
que o senhor vai dar um jeitinho. ẫ gente muito boa e
amiga, o senhor nóo vai se arrepender.
Mais uma vez obrigado por tudo, Deus lhe pague. O
Otavinho manda um abraỗo para o senhor. Aqui vai o
nosso abraỗo tambộm. O senhor pode contar sempre com
a gente.
Miroel Ferreira (Mirộ)
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Considerando-se expressừes como "no caminho do bem",
"trabalhador, responsỏvel, dedicado" e "o Brasil precisa de
gente como o senhor", pode-se afirmar que o remetente
empregou na carta:
a) figuras de linguagem com alguma originalidade.
b) termos concretizantes e precisos.
c) linguagem enraizada em vivờncias muito pessoais.
d) lugares-comuns pouco definidores.
e) fúrmulas retúricas da linguagem afetiva.
50) (Unicamp-2000) Millụr Fernandes, considerado um dos
maiores humoristas brasileiros, escreveu o texto Leite,
quộquộ isso? em sua coluna no Caderno 2, no jornal O
Estado de S. Paulo de 22/08/99. Abaixo, estỏ um excerto
deste texto. Leia-o com atenỗóo e responda:
Vocờs, que tờm mais de 15 anos, se lembram quando a
gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina?
Lembram mais longe, quando a vaca-leiteira, que nóo era
vaca coisa nenhuma, era uma caminhonete-depúsito,
vinha vender leite na porta de casa? Lembram mais longe
ainda, quando a gente ia comprar leite no estỏbulo e tinha
aquele cheiro forte de bicho, de bosta e de mijo, que a
gente achava nojento e sú foi achar genial quando
aprendeu que aquilo tudo era ecolúgico? Lembra bem mais
longe ainda, quando a gente mesmo criava a vaca e
pegava nos peitinhos dela pra tirar o leite dos filhos dela,
com muito jeito pra ela nóo nos dar uma cipoada?
Mas vocờs nóo lembram de nada, pụ! Vai ver nem sabem o
que ộ vaca. Nem o que ộ leite. Estou falando isso porque
agora mesmo peguei um pacote de leite - leite em pacote,
imagina, Tereza! - na porta dos fundos e estava escrito que
ộ pausterizado, ou pasteurizado, sei lỏ, tem vitamina, ộ
garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o
escambau.
a) a palavra embromatologia soa como um termo
tộcnico, mas nóo ộ. Diga por que parece e por que nóo ộ.
b) o texto mostra que a moda pode afetar nossos gostos.
Em que passagem?
c) as informaỗừes tộcnicas que acompanham muitos
produtos nóo necessariamente esclarecem o consumidor,
mas impressionam. Transcreva a passagem do texto em
que o autor alude a tal problema nesses textos.
51) (ENEM-2001) Murilo Mendes, em um de seus poemas,
dialoga com a carta de Pero Vaz de Caminha:
A terra ộ mui graciosa,
Tóo fộrtil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chóo espeta um caniỗo,
No dia seguinte nasce
Bengala de castóo de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muito,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco atộ demais
Diamantes tem vontade
Esmeralda ộ para os trouxas.
Reforỗai, Senhor, a arca,
Cruzados nóo faltaróo,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui.
MENDES, Murilo. Murilo Mendes - poesia completa e
prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
Arcaớsmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema,
criando um efeito de contraste, como ocorre em:
a) A terra ộ mui graciosa / Tem macaco atộ demais
b) Salvo o devido respeito / Reforỗai, Senhor, a arca
c) A gente vai passear / Ficarei muito saudoso
d) De plumagens mui vistosas / Bengala de castóo de oiro
e) No chóo espeta um caniỗo / Diamantes tem vontade
52) (PUC-RS-2001) Nóo vai dar certo
Outro dia, dois cientistas americanos apresentaram um
pedido ao Serviỗo de Marcas e Patentes dos Estados
Unidos para registrar uma criatura que estóo produzindo
em laboratúrio. A tal criatura seria uma mistura de homem
com animal. Nóo se sabe direito que animal ộ este, mas
deram a entender que tanto pode ser um macaco como
um camundongo.
ẫ fỏcil imaginar um homem-macaco. Afinal, todos nús, no
passado, jỏ protagonizamos essa dobradinha. E nem faz
tanto tempo. Conheỗo gente que ainda se lembra de
quando o avụ desceu da ỏrvore.(...) Jỏ cruzamento de um
homem com um camundongo ộ mais difớcil de visualizar. O
ỳnico parõmetro conhecido ộ o Mickey, o rato mais bemsucedido da histúria. Em cima dele, construiu-se um
impộrio que ộ, na verdade, uma ratoeira humana (...).
A idộia de cruzar artificialmente seres humanos com
animais nóo ộ nova. Jỏ foi imaginada no comeỗo do sộculo
pelo inglờs H.G.Wells, em A Ilha do Dr. Moreau e, nos anos
50, pelo americano James Clavell, em A Mosca da Cabeỗa
Branca. Ambas as histúrias renderam vỏrios filmes. Em
todos eles, a parte humana levou um baita prejuớzo. No
filme do homem que virou mosca, o pobre Vincent Price
ficou desesperado porque, com seu corpinho de mosca,
nóo conseguia chamar a atenỗóo de sua mulher, para que
esta o fizesse voltar ao normal. E olhe que ele foi o
cientista que resolveu fazer a experiờncia. Boa idộia. O
ideal seria se os dois cientistas se oferecessem como
cobaias de suas experiờncias. Um cruzaria o outro com o
macaco. E o outro cruzaria o um com o camundongo.
Ruy Castro Manchete, 19/04/98 (adaptado)
Se as expressừes Outro dia , A tal criatura ,
dobradinha e corpinho, caracterớsticas da linguagem
coloquial, fossem substituớdas por expressừes do
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portuguờs culto formal, sem alteraỗóo bỏsica no
significado, seria correto utilizar, respectivamente,
a) Uma vez - a experiờncia - par - figura diminuta
b) Dia desses - este monstro - dualidade - corpo minỳsculo
c) Certo dia - o experimento - dupla - silhueta pequena
d) Hỏ pouco tempo - o resultado - casal - corpete
e) Recentemente - esse ser - parceria - corpỳsculo
53) (PUC-SP-2005) Nas oraỗừes a seguir, as expressừes
coloquiais sublinhadas podem ser substituớdas por
sinụnimas.
e beijava tudo que era mulher que passasse dando
sopa.
que o Papa de araque
numa homenagem tambộm aos salgueirenses que, no
Carnaval de 1967, entraram pelo cano.
Indique que opỗóo equivale, do ponto de vista do sentido,
a essas expressừes:
a) descuidando, falso, deram-se mal.
b) reclamando, falso, obstruớram-se.
c) descuidando, esperto, saớram-se vitoriosos.
d) reclamando, falso, deram-se mal.
e) descuidando, esperto, obstruớram-se.
54) (Fuvest-2004) No conto A hora e vez de Augusto
Matraga, de Guimaróes Rosa, o protagonista ộ um homem
rude e cruel, que sofre violenta surra de capangas inimigos
e ộ abandonado como morto, num brejo.
Recolhido por um casal de matutos, Matraga passa por um
lento e doloroso processo de recuperaỗóo, em meio ao
qual recebe a visita de um padre, com quem estabelece o
seguinte diỏlogo:
- Mas, serỏ que Deus vai ter pena de mim, com
tanta ruindade que fiz, e tendo nas costas tanto pecado
mortal?
- Tem, meu filho. Deus mede a espora pela rộdea,
e nóo tira o estribo do pộ de arrependido nenhum... (...)
Sua vida foi entortada no verde, mas nóo fique triste, de
modo nenhum, porque a tristeza ộ aboio de chamar
demụnio, e o Reino do Cộu, que ộ o que vale, ninguộm tira
de sua algibeira, desde que vocờ esteja com a graỗa de
Deus, que ele nóo regateia a nenhum coraỗóo contrito.
a) A linguagem figurada amplamente empregada pelo
padre ộ adequada ao seu interlocutor? Justifique sua
resposta.
b) Transcreva uma frase do texto que tenha sentido
equivalente ao da frase nóo regateia a nenhum coraỗóo
contrito.
55) (ENEM-2006) No romance Vidas Secas, de Graciliano
Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patróo para
receber o salỏrio. Eis parte da cena:
Nóo se conformou: devia haver engano. (...)
Com certeza havia um erro no papel do branco. Nóo se
descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a
vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de
móo beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro
e nunca arranjar carta de alforria?
O patróo zangou-se, repeliu a insolờncia, achou bom que o
vaqueiro fosse procurar serviỗo noutra fazenda.
Ai Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem.
Nóo era preciso barulho nóo.
Graciliano Ramos. Vidas Secas. 91.ê ed.
Rio de Janeiro: Record, 2003.
No fragmento transcrito, o padróo formal da linguagem
convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo no
vocabulỏrio. Pertence a variedade do padróo formal da
linguagem o seguinte trecho:
a) Nóo se conformou: devia haver engano (.1).
b) e Fabiano perdeu os estribos (.3).
c) Passar a vida inteira assim no toco (.4).
d) entregando o que era dele de móo beijada! (.4-5).
e) Ai Fabiano baixou a pancada e amunhecou (.11).
56) (UEMG-2006) Nos trechos citados abaixo, a linguagem
figurada Sể NO se faz presente em:
a) Percebo que a origem das matộrias estỏ na pauta das
ediỗừes de domingo, quando o nỳmero maior de pỏginas,
em proporỗóo ao espaỗo mais amplo dedicado aos
anỳncios, exige / permite a inserỗóo de artigos e
reportagens de anỏlise produzidas durante a semana.
b) Enquanto um vende esperanỗa, o outro prefere pintar
um quadro sombrio. Chego a pensar que o sucesso de um
as aperturas do outro influenciaram a escolha dos
repúrteres e editores.
c) O Globo engorda o seu otimismo com percentuais
positivos, seu concorrente preenche toda uma pỏgina com
relatos de desempregados e demonstrativos de que a
classe mộdia foi a mais atingida.
d) A escola deve se transformar em uma extensóo sem
muros e sem cercas elộtricas do mundo de textos que a
rodeia.
57) (Fuvest-2005) O filme Cazuza - O tempo nóo pỏra me
deixou numa espộcie de felicidade pensativa. Tento
explicar por quờ.
Cazuza mordeu a vida com todos os dentes. A doenỗa e a
morte parecem ter-se vingado de sua paixóo exagerada de
viver. ẫ impossớvel sair da sala de cinema sem se perguntar
mais uma vez: o que vale mais, a preservaỗóo de nossas
forỗas, que garantiria uma vida mais longa, ou a livre
procura da mỏxima intensidade e variedade de
experiờncias?
Digo que a pergunta se apresenta mais uma vez porque
a questóo ộ hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutúria.
(...) Obedecemos a uma proliferaỗóo de regras que sóo
ditadas pelos progressos da prevenỗóo. Ninguộm imagina
que comer banha, fumar, tomar pinga, transar sem
camisinha e combinar, sei lỏ, nitratos com Viagra seja uma
boa idộia. De fato nóo ộ. primeira vista, parece lúgico
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que concordemos sem hesitaỗóo sobre o seguinte: nóo hỏ
ou nóo deveria haver prazeres que valham um risco de
vida ou, simplesmente, que valham o risco de encurtar a
vida. De que adiantaria um prazer que, por assim dizer,
cortasse o galho sobre o qual estou sentado?
Os jovens tờm uma razóo bỏsica para desconfiar de uma
moral prudente e um pouco avara que sugere que
escolhamos sempre os tempos suplementares. ẫ que a
morte lhes parece distante, uma coisa com a qual a gente
se preocuparỏ mais tarde, muito mais tarde. Mas sua
vontade de caminhar na corda bamba e sem rede nóo ộ
apenas a inconsciờncia de quem pode esquecer que o
tempo nóo pỏra. ẫ tambộm (e talvez sobretudo) um
questionamento que nos desafia: para disciplinar a
experiờncia, serỏ que temos outras razừes que nóo sejam
sú a decisóo de durar um pouco mais?
(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo)
Embora predomine no texto a linguagem formal, ộ possớvel
identificar nele marcas de coloquialidade, como as
expressừes assinaladas em:
a) mordeu a vida e moral prudente e um pouco avara.
b) sem se perguntar mais uma vez e nóo deveria haver
prazeres.
c) parece lúgico e que nóo sejam sú a decisóo.
d) e combinar, sei lỏ, nitratos e a gente se preocupa.
e) que valham um risco de vida e (e talvez sobretudo)
um questionamento.
58) (FATEC-2006) O mundo jỏ dispừe de informaỗóo e
tecnologia para resolver a maioria dos problemas
enfrentados pelos pais pobres, mas falta implementar esse
conhecimento na escala necessỏria. Foi a partir desse
pressuposto que a Organizaỗóo das naỗừes Unidas (ONU)
lanỗou no Brasil o Projeto do Milờnio das Naỗừes Unidas. A
novidade propừe um conjunto de aỗừes praticas para que
o mundo alcance os Objetivos de Desenvolvimento do
Milờnio uma serie de metas socioeconụmicas com os
paises da ONU se comprometerem a atingir atộ 2015,
abrangendo ỏreas como renda, educaỗóo, saỳde, meio
ambiente.
Uma grande mudanỗa nas polớticas globais ộ necessỏria em
2005, para que os paises mais pobres do mundo avancem
para alcanỗar os Objetivos, alerta o projeto. Se forem
alcanỗados, mais de 500 milhừes de pessoas sairóo da
pobreza e 250 milhừes nóo passaróo mais fome.
O relatúrio do projeto recomenda que cada pais mapeie as
principais dimensừes da extrema pobreza e faỗa um plano
de aỗóo, incluindo os investimentos pỳblicos necessỏrios.
Recomenda tambộm que os governos trabalhem
ativamente com todos os segmentos, particularmente com
a sociedade civil organizada e o setor privado.
Este triunfo do espớrito humano nos da a esperanỗa e a
confianỗa de que a extrema pobreza pode ser reduzida
pela metade atộ o ano de 2015, e atộ mesmo eliminada
totalmente nos prúximos anos. A comunidade mundial
dispừe de tecnologias polớticas, recursos financeiros e , o
mais importante, coragem e compaixóo humana para fazer
isso acontecer, diz o coordenador no prefacio do
relatúrio.
(texto adaptado da revista Fúrum nỳmero 24, de 2005)
Assinale a alternativa em que a passagem do texto, em sua
nova versóo, apresenta-se redigida de acordo com a norma
culta.
a) Nóo fora este triunfo do espớrito humano, nóo haveria
esperanỗa de que a extrema pobreza pudesse ser
eliminada, tampouco reduzida.
b) Recomendou-se, no relatúrio do Projeto que cada pais
mapeiasse as principais dimensừes da extrema pobreza e
fizesse um plano de aỗóo.
c) Necessitam-se de grandes mudanỗas nas polớticas
globais em 2005, afim de que os paises mais pobres do
mundo avancem para alcanỗar os Objetivos, alerta o
projeto.
d) E possớvel se ter esperanỗa e confiar, de que a pobreza
poderỏ ser reduzida e, inclusive eliminada.
e) Diz o coordenador no prefacio do relatúrio, que: para
fazer com que isso acontecesse, era preciso que a
comunidade mundial disponha de coragem e compaixóo
humana.
59) (UFSCar-2007) O sertanejo falando
A fala a nớvel do sertanejo engana:
as palavras dele vờm, como rebuỗadas
(palavras confeito, pớlula), na glace
de uma entonaỗóo lisa, de adocicada.
Enquanto que sob ela, dura e endurece
o caroỗo de pedra, a amờndoa pộtrea,
dessa ỏrvore pedrenta (o sertanejo)
incapaz de nóo se expressar em pedra.
Daớ porque o sertanejo fala pouco:
as palavras de pedra ulceram a boca
e no idioma pedra se fala doloroso;
o natural desse idioma fala forỗa.
Daớ tambộm porque ele fala devagar:
tem de pegar as palavras com cuidado,
confeitỏ-las na lớngua, rebuỗỏ-las;
pois toma tempo todo esse trabalho.
(Joóo Cabral de Melo Neto, A educaỗóo pela pedra.
Nova Fronteira, 1996, p. 16.)
Em 27 de outubro de 1973, em entrevista ao jornal carioca
O Globo, Joóo Cabral disse:
Eu tentei criar uma outra linguagem, nóo completamente
nova, como os concretistas fizeram, mas uma linguagem
que se afastasse um pouco da linguagem usual. Ora, desde
o momento em que vocờ se afasta da norma vocờ se faz
esta palavra antipỏtica que ộ hermộtico. Quer dizer, vocờ
se faz hermộtico numa leitura superficial.
Agora, se o leitor ler e reler, estudar esse texto, ele verỏ
que a coisa nóo ộ tóo hermộtica assim. Apenas estỏ escrito
com um pequeno desvio da linguagem usual.
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